AS QUATRO NOBRES VERDADES
Sofrimento: É a característica básica da nossa existência. Tudo é sofrimento: nascimento, doença e morte; encontrar algo não apreciado; não obter o que se deseja, separar-se de algo desejado.
Origem do sofrimento: Sua causa está nos anseios, nos desejos, no apego e na sede de satisfação dos sentidos. Tudo isso prende as pessoas ao ciclo da existência (samsara).
Cessação do sofrimento: Pela eliminação dos desejos e do apego pode-se extinguir o sofrimento.
Caminho que leva à cessação do sofrimento: Para os budistas da linha Theravada, o meio de pôr fim ao sofrimento é o Nobre Caminho Óctuplo. Para os budistas da linha Mahayana, são as Seis Perfeições.
O NOBRE CAMINHO ÓCTUPLO
2. Atitude correta, favorável à renúncia e à boa vontade, buscando não prejudicar os seres sensíveis.
3. Fala correta: evitar mentir, caluniar e bisbilhotar.
4. Ação correta: evitar, sobretudo, matar, roubar e praticar sexo ilícito (estupro e pedofilia, por exemplo).
5. Modo de vida correto: evitar profissões que causem sofrimento aos outros, como caçador ou fabricante de armas.
6. Esforço correto: pensar antes de agir, cultivando pensamentos, palavras e ações nobres.
7. Atenção correta: percepção contínua do corpo, dos sentimentos e dos objetos de pensamento.
8. Concentração correta: o cultivo de uma mente tranqüila, que encontra seu ponto mais elevado na absorção meditativa.
AS SEIS PERFEIÇÕES
1. Generosidade
2. Paciência
3. Ética
4. Esforço entusiástico
5. Concentração
6. Sabedoria
OUTROS CONCEITOS-CHAVE
Buda provavelmente falava num dialeto chamado maghadi e seus ensinamentos foram registrados na língua páli. Salvo exceções indicadas, os termos a seguir estão na forma como foram transliterados do sânscrito ou na maneira como foram incorporados à língua portuguesa.
Ahimsa: “Não-violência”. É a base ética do Budismo.
Anatman: “Não-eu”. Para o Budismo, não existe um “eu”: cada um de nós é uma soma de várias experiências de vida, em eterna mutação. Ignorar isso é a principal causa do sofrimento.
Arhat: “Santo”. Pessoa que atingiu a iluminação quase completa. O ideal do caminho Theravada.
Bhiksu: Monge mendicante que entrou para a vida errante.
Bodhisatva: Ser que aspira à condição de Buda pela prática das seis perfeições e que se compromete a abrir mão do nirvana até que tenha levado todos os seres sensíveis à iluminação. É o ideal do caminho Mahayana.
Carma: “Ação”. É a lei de causa e efeito que rege o universo. Não significa destino no sentido fatalista, mas sim o que recai sobre cada um como resultado do seu comportamento.
Darma: “Doutrina”. O termo Budismo é uma invenção ocidental para o que os budistas chamam de Buda-darma: ensinamento de Buda; lei cósmica; caminho para o nirvana.
Impermanência: Transitoriedade da matéria, do pensamento, do corpo humano e da própria idéia de “eu”. Como todas as coisas são impermanentes, nos escapam tão logo tentamos possuí-las. A frustração desse desejo de posse é a causa imediata do sofrimento.
Mahayana: “Grande veículo”. É um dos caminhos do Budismo. Inclui a maior parte das escolas existentes.
Lama (tibetano): “Ninguém acima”. Significa guru, mestre espiritual.
Nirvana: “Extinção”, “apagamento”. É a meta da prática espiritual. Não deve ser entendida como aniquilação, mas sim como entrada em outra forma de existência. Psicologicamente, é um estado de grande liberdade e espontaneidade. “O nirvana nos ensina que já somos aquilo que queremos nos tornar”, diz o monge vietnamita Thich Nhat Hanh.
Samsara: “Roda do sofrimento”. Ciclo que rege a inquieta existência humana e se alimenta de apego, desejos, ódio e ilusão. É nele próprio que se deve procurar sua extinção – ou nirvana.
Sunyata: “Vazio”, “vácuo”. Conceito segundo o qual todas as coisas – incluindo você, leitor – não contêm essência, apenas aparência.
Tendrel (tibetano): “Interdependência”. Tudo depende de outra coisa. Observador, observação e objeto observado são partes de um só movimento.
Theravada: “À maneira dos anciãos”. Uma das principais escolas do Budismo, é a mais tradicionalista.
Vajrayana: “Veículo do diamante”. Caminho tântrico e ocultista do Budismo.
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