sexta-feira, 6 de abril de 2012

BUDISMO PARA PRINCIPIANTES II - A ÁRVORE DA SABEDORIA SILENCIOSA

Ao longo dos últimos 2 500 anos, os ensinamentos de Buda floresceram em dois ramos principais.
O primeiro – Theravada, ou Hinayana, “Caminho Estreito” – para os puristas e ortodoxos, foi para um lado. O segundo – Mahayana, “Grande Caminho” –, aberto a todas as experimentações, foi para o outro e se multiplicou em uma espantosa variedade de movimentos e escolas espiritualistas, inclusive no Ocidente.

SÉCULOS XXI 

Talibã VS. Buda: Em março de 2001, os islâmicos fundamentalistas do Afeganistão dinamitam duas estátuas de Buda, de 40 e 50 metros de altura, erguidas entre os séculos III e V.


Anos 90, 80, 70 e 60, 50, 40, 30, 20, 10.

Budismo Pop: Após o movimento beat e a imigração de mestres orientais para os Estados Unidos, principalmente para a Califórnia, toda a cultura pop presta tributo a Sidarta: dos Beatles ao Nirvana, de Bowie aos Beastie Boys.


Hollywood:
Richard Gere, o galã de Gigolô Americano e Uma Linda Mulher vira amigão do Dalai Lama – e um dos mais influentes garotos-propaganda de Buda no Oeste. Não tarda para Hollywood lançar superproduções budistas: O Pequeno Buda (com Keanu Reeves pintado de moreno jambo na pele de Sidarta ), Sete Anos no Tibete (Brad Pitt de nazista convertido ao Vajrayana) e Kundun (biografia do Dalai, dirigida por Scorsese – ambos na foto com Gere).


Nos anos 90, os livros do Dalai Lama tornam-se best-sellers no Ocidente


Em 1989, o Dalai Lama recebe o Nobel da Paz


Refugiados tibetanos e vietnamitas abrem centros de meditação na Europa e nos Estados Unidos.

Em 1959, no Tibete invadido pelo Exército chinês, mais de 87 000 pessoas são mortas. O Dalai Lama transfere-se para a Índia, onde forma uma comunidade tibetana no exílio .


Beat Generation: As filosofias orientais – principalmente o Zen Budismo – foram uma das principais influências dos escritores da geração beat, como Jack Kerouac, que nos anos 50 adubaram as raízes da contracultura e do movimento hippie.

Arthur Schopenhauer: (1788-1860) O filósofo alemão foi o introdutor do Budismo no Ocidente, influenciando, entre outros, Nietzsche e Freud.


Brasil: Cresce no Brasil o interesse pelo Budismo, que vira capa da Super.



Nos anos 70 surgem vários mosteiros Theravada na Europa


SÉCULOS XX, XIX, XVIII, XVII, XIII, XII, XI, X, IX, VIII, VII, VI, V, IV, III, II, I

Louca sabedoria. Para seus praticantes, espiritualidade e prazer não são coisas separadas. Sua conduta não exclui nada que possa parecer irreligioso, como sexo e embriaguez levados às últimas conseqüências.

1 - Theravada (Séc. II a.C.): O Theravada tem hoje 125 milhões de adeptos (38% dos budistas) em Sri Lanka, Birmânia, Laos, Tailândia e Camboja. O movimento segue as antigas escrituras na língua páli, na qual foram registrados os primeiros documentos budistas. Sua prática enfatiza a busca da iluminação individual. O nome Hinayana (Pequeno Veículo), comumente atribuído a eles, foi criado pela corrente Mahayana e não é aceito pelos Theravada.

2 - Mahayana (Séc. II a.C.): A corrente principal do Budismo tem hoje 185 milhões de adeptos (56% do total). O Mahayana (Grande Veículo) abriga várias escolas e linhagens. Não professa o caminho individual mas “a iluminação em benefício de todos os seres”. É aberto a diferentes crenças e ritos devocionais e enfatiza a prática da compaixão.
 
3 - Vajrayana (Séc. II): Essa linha tem hoje 20 milhões de adeptos (6% dos budistas), principalmente nos países do Himalaia: Tibete, Butão, Nepal e Mongólia O Vajrayana (Veículo do Diamante) surgiu no norte da Índia e, mais tarde, chegou à China, ao Japão e ao Tibete. Prosseguimento dos métodos Theravada e Mahayana, tem suas origens nos tantras, escrituras esotéricas que ritualizam diversas práticas para a transformação da mente.

4 - Zen: Desenvolve-se a partir do século XII no Japão, buscando o máximo de simplicidade e desprezando o intelectualismo e os aspectos sobrenaturais e ritualísticos das religiões. Cada ato do cotidiano deve ser uma meditação. Essa mentalidade criou artes e disciplinas especiais para desenvolver a concentração, como jardinagem, arranjos florais e outras modalidades. Veja ao lado.

  • Pintura: O que mais importa é o espaço vazio, buscando o máximo de expressividade com o mínimo de pinceladas;
  • Poesia: Sua forma tradicional está nos haikai, poemas curtíssimos como este clássico de Mitsuo Bashô: Barulho da Água
  • Koans: São uma espécie de pegadinhas, sem respostas lógicas, usadas para treinar a mente: “Que som é produzido quando se bate palmas com uma mão só?”
  • Cerimônia do chá: Preparar essa bebida tão simples torna-se um ritual de atenção plena e absorção em quietude espiritual
 Japão: Presente no país desde 621, o Budismo dá origem a várias escolas e seitas, nas quais se mistura ao Xintoísmo – grupo de antigas religiões locais. A escola que mais se expandiria no Ocidente é a Zen.

China: O Budismo chega ao país no século I e funde-se à religiosidade local. Nas novas escolas que surgem, nem sempre se percebe onde acaba o Budismo e onde começa o Taoísmo – doutrina de Lao Tsé, para quem o Tao, “fluxo natural”, é a essência do universo. A escola Ch’an (Meditação) é uma espécie de avó do Zen Budismo.

Tibete: No século VIII, o Budismo Vajrayana funde-se com as religiões xamânicas do Tibete, altamente ritualizadas. O Budismo tibetano organiza-se em quatro escolas principais, formadas por várias linhagens (Nyingma, Gelupa, Kagyiu e Sakya).

NASCIMENTO DE CRISTO - SÉCULO I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX a.C.

Sidarta Gautama, O Buda (563 a.C. – 483 a.C.): Duzentos anos depois da morte de Buda, ainda na Índia o Budismo se divide em dois movimentos: Mahayana e Theravada seguem os sutras, discursos feitos por Sidarta. Quatro séculos depois, surge um terceiro movimento (Vajrayana) com base nos tantras, ensinamentos secretos também atribuídos ao Buda.

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